domingo, 17 de agosto de 2014

Sacricios Humanos à Iahweh, o Deus do Antigo Testamento

O sacrifício humano é o ato de se matar um ou mais seres humanos, geralmente como oferecimento à uma divindade, como parte de um ritual religioso. Sua tipologia é próxima às várias práticas de sacrifícios animais em geral. O sacrifício humano tem sido pratico em várias culturas ao longo da história. As vítimas era tipicamente mortas de uma maneira que era entendida agradar ou aplacar deuses, espíritos ou mortos, como exemplo de uma oferta propiciatória, ou ou como um sacrifício de retenção quando os servos do rei são mortos para que eles continuem a servir o seu mestre na próxima vida. Relatos de prática parecidos são encontrados em algumas sociedades tribais que eram canibais e caçadores de cabeça. Na Idade do Ferro, com os desenvolvimentos associados nas religiões (A chamada Era Axial), o sacrifício humano se tornou casa vez menos comum no mundo antigo, e se tornou menosprezado e visto como bárbaro nas eras pré-modernas (Antiguidade Clássica).

Nos tempos modernos, até mesmo a prática de sacrifício animal tem virtualmente desaparecido da maior parte das religiões, e o sacrifício humano se tornou extremamente raro. A maioria das religiões condena a prática, e no presente tempo e com as leis seculares isso é tratado como assassinato.

Sacrifícios Humanos atestados no Antigo Testamento

É interessante notar o que Voltaire diz em seu Traité sur la Tolérance:

Moisés ordenou matar todas as crianças do sexo masculino e todas as mães e dividir o espólio (Números 31). Os vitoriosos encontraram nos campos 675.000 ovelhas, 72.000 biusm 61.000 asnos e 32.000 mulheres jovens; fizeram a partilha e mataram o resto (Números, Cap. 31, vers. 32 e seguintes). Vários comentadores acreditam mesmo que trinta e duas jovens muleres foram imoladas ao Senhor: “Cesserunt in partem Domini triginta duae animae” (Números Cap. 31, vers. 40)

Com efeito, os judeus imolavam homens à divindade Iahweh, como o testemunha o sacrificio de Jefté ¹, como o testemunha o rei Agague, cortado em pedaços pelo sacerdote Samuel ². O próprio Ezequiel (Cap. 39, Vers. 20) lhes promete, para encorajá-los, que vão comer carne humana: “Irão comer o cavalo e o cavaleiro; beberão o sangue dos príncipes”. Vários comentadores aplicam dois versículos dessa profecia aos próprios judeus e os outros aos animais carniceiros.

Notas

¹ Pelo texto (Juízes, 11, 39), é certo que Jefté imolou sua filha. Dom Calmet, em sua Dissertation sur le voeu de Jephté, escreve : “Deus não aprova esses votos, mas quando foram feitos, quer que sejam cumpridos, mesmo que fosse para punir aqueles que os faziam ou para reprimir a leviandade demonstrada ao fazê-los, se não tivessem receado o cumprimento”. Santo Agostinho e quase todos os Padres da Igreja condenam a ação de Jefté. É verdade que a Escritura (Juízes, 11, 29) diz que ele foi possuído pelo espírito de Deus, e São Paulo, em sua Epístola aos Hebreus (11, 32), elogia Jefté; ele o coloca ao lado de Samuel e Davi. São Jerônimo, em sua Epístola a Juliano, escreve: “Jefté imolou sua filha ao Senhor e é por isso que o apóstolo o enumera entre os santos.” Aí estão, de parte e de outra, julgamentos sobre os quais não é permitido emitir o nosso; devemos até mesmo ter medo de arriscar um.

² Podemos considerar a morte do rei Agague como um verdadeiro sacrifício. Saul tinha feito esse rei dos amalequitas prisioneiro de guerra e o havia levado por acordo feito, mas o sacerdote Samuel lhe havia ordenado de não poupar nada. Tinha prometido a ele pessoalmente: “Mata tudo, desde o homem até a mulher, até as crianças e e até aqueles que ainda estão mamando” . Dom Calmet diz: “Samuel cortou o rei Agague em pedaços, diante do Senhor, em Gilgal. O zelo de que estava animado esse profeta lhe pôs a espada nas mãos nessa ocasião para vingar a glória do Senhor e para confundir Saul.” Vemos, nesse caso fatal, um voto, um sacerdote, uma vítima: era portanto um sacríficio.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Imago Mundi, a «Imagem do Mundo»

Imago Mundi ou “Imagem do mundo”, o cosmos a partir do habitat do homem religioso (homo religious). Além disso, para o homem religioso, o cosmos em seu nascimento se espalhou para fora do centro. Consequentemente, quando emprendia novas obras, homem religioso, por analogia, organizava o exterior a partir de um ponto central.

Assim, uma nova aldeia podia ser desenvolvida a partir de um cruzamento para fora, dando-lhe quatro zonas. Tal plano fazia uma nova construção de um imago mundi, uma representação do cosmos nos fundamentos.Compreendendo o seu mundo desta forma, homem religioso compreendia  os ataques de inimigos como a obra de demônios, os inimigos da criação divina que ameaçavam retornar a criação ao estado de caos. Normalmente, esses demônios foram representados como os dragões, serpentes, monstros marinhos, etc; e na verdade o próprio caos pode ser representado como um dragão.Mircea Eliade observa que algo desta forma de pensamento persiste em seu mundo contemporâneo, em idéia de forças das trevas que ameaçam mergulhar a civilização no caos. Voltando ao imago mundi, , Eliade assinala que homem religioso via em sua morada a mesma ordem cósmica representada na construção. Assim, os povos cujas tendas ou cabanas tinha um posto central ou pilar poderiam entendê-la como um axis mundi, apoiando 'nosso mundo' e lingado-o ao céu.

Axis Mundi? Bem, isso é assunto para outro tópico...