Os números e a logística do Êxodo
De acordo com Êxodo 12:37–38 o número de israelitas era “cerca de seiscentos mil homens a pé, além de mulheres e crianças”, mais muitos não-israelitas e o gado. O livro de Números 1:46 dá uma precisão total de 603.550 homens de 20 anos para cima. É difícil conciliar a ideia de 600.000 homens israelitas com a informação de que os israelitas estavam com medo dos filisteus e egípcios. Segundo a Chronological Index of Jewish History os aproximadamente 600.000 homens, mais mulheres, crianças, idosos e a multidão misturada de não-israelitas teria um número de uns 2 milhões de pessoas. Supondo que essa multidão marchasse formando 10 pessoas lado a lado, e sem contar o gado, eles formariam uma linha de 241 quilômetros de comprimento. A população inteira do Egito em 1250 a.C. é estimada a ter sido entre 3 e 3,5 milhões, e nenhuma evidência foi encontrada para que o Egito tenha sofrido uma catástrofe econômica e demográfica tal como a perda de uma população desta magnitude representaria, e nem o deserto do Sinai hospedou (ou poderia ter hospedado) esses milhões de seres humanos e seus rebanhos.
Alguns pensaram estes números em termos de figuras ou exemplos menores, como por exemplo, leram o termo “600 famílias” ao invés de 600.000 homens, mas cada uma das soluções tem seu próprio conjunto de problemas. A explicação mais provável é que 600.000 simbolize o total da geração destruída de Israel que deixou o Egito, nenhum daqueles que viveram para ver a Terra Prometida, enquanto que 603.550 é uma gematria (um código no qual os números representam letras ou números) para bnei yisra’el kor rosh, que em hebraico antigo significa “Os filhos de Israel, cada Indíviduo”.
Anacronismos
Embora a datação interna da bíblia para o Êxodo seja para o Segundo Milênio a.C., os detalhes apontam para a data do Primeiro Milênio a.C. para a composição do livro do Êxodo: Por exemplo, Ezion-Geber (um dos locais descritos pelo Êxodo), data de um período entre o século 8 e 6 a.C., com uma possível ocupação posterior no século 4 a.C., e os topônimos na rota do Êxodo que foram identificados – Goshem, Piton, Sucote, Ramesses e Cades-Barnéa – apontam para a geografia do primeiro milênio ao invés do segundo milênio a.C.
Similarmente, o receio do Faraó de que os israelitas pudessem se aliar com invasores estrangeiros parece improvável no contexto do fim do segundo milênio a.C., quando a região de Canaã era parte do império egípcio, e o Egito não enfrentava inimigos naquela direção, mas faz sentido no contexto do primeiro milênio a.C., quando o Egito era consideravelmente mais fraco e enfrentou uma primeira invasão do Império Aquemênida e posteriormente do Império Selêucida.
A menção do dromedário em Êxodo 9:3 também sugere uma data posterior de composição – a domesticação difundida do camelo como animal de rebanho é pensada a não ter acontecido antes do fim do fim do segundo milênio a.C., depois que os israelitas já tinham surgido em Canaã, e os camelos não tinham sido difundidos no Egito até cerca de 200–100 a.C.
A Cronologia dos eventos
Da mesma maneira, a cronologia da história do Êxodo sublinha a sua natureza essencialmente religiosa em vez da histórica. O número sete era sagrado à Deus no Judaísmo, e assim que os israelitas chegaram na Península do Sinai, onde eles encontraram Deus, no começo da sétima semana após sua saída do Egito; enquanto na construção do Tabernáculo, que é a morada de Deus entre o seu povo, ocorre 2666 anos depois de Deus criar o mundo, dois terços do tempo através de uma Era de quatro mil anos, que culmina em torno da re-dedicação do segundo templo em 164 a.C.
A Rota de Fuga
O Pentateuco cita os lugares onde os israelitas descansaram. Poucos nomes do começo do itinerário, incluindo Ramesses, Pithom e Sucote, são razoavelmente bem identificados dentro dos sítios arqueológicos, na borda oriental do delta do Nilo, assim como Cades-Barnéa, onde os israelitas passaram 38 anos após voltarem de Canaã [Episódos dos 12 espiões], mas dos outros lugares muito pouco é certo.
De acordo com Êxodo 12:37–38 o número de israelitas era “cerca de seiscentos mil homens a pé, além de mulheres e crianças”, mais muitos não-israelitas e o gado. O livro de Números 1:46 dá uma precisão total de 603.550 homens de 20 anos para cima. É difícil conciliar a ideia de 600.000 homens israelitas com a informação de que os israelitas estavam com medo dos filisteus e egípcios. Segundo a Chronological Index of Jewish History os aproximadamente 600.000 homens, mais mulheres, crianças, idosos e a multidão misturada de não-israelitas teria um número de uns 2 milhões de pessoas. Supondo que essa multidão marchasse formando 10 pessoas lado a lado, e sem contar o gado, eles formariam uma linha de 241 quilômetros de comprimento. A população inteira do Egito em 1250 a.C. é estimada a ter sido entre 3 e 3,5 milhões, e nenhuma evidência foi encontrada para que o Egito tenha sofrido uma catástrofe econômica e demográfica tal como a perda de uma população desta magnitude representaria, e nem o deserto do Sinai hospedou (ou poderia ter hospedado) esses milhões de seres humanos e seus rebanhos.
Alguns pensaram estes números em termos de figuras ou exemplos menores, como por exemplo, leram o termo “600 famílias” ao invés de 600.000 homens, mas cada uma das soluções tem seu próprio conjunto de problemas. A explicação mais provável é que 600.000 simbolize o total da geração destruída de Israel que deixou o Egito, nenhum daqueles que viveram para ver a Terra Prometida, enquanto que 603.550 é uma gematria (um código no qual os números representam letras ou números) para bnei yisra’el kor rosh, que em hebraico antigo significa “Os filhos de Israel, cada Indíviduo”.
Anacronismos
Embora a datação interna da bíblia para o Êxodo seja para o Segundo Milênio a.C., os detalhes apontam para a data do Primeiro Milênio a.C. para a composição do livro do Êxodo: Por exemplo, Ezion-Geber (um dos locais descritos pelo Êxodo), data de um período entre o século 8 e 6 a.C., com uma possível ocupação posterior no século 4 a.C., e os topônimos na rota do Êxodo que foram identificados – Goshem, Piton, Sucote, Ramesses e Cades-Barnéa – apontam para a geografia do primeiro milênio ao invés do segundo milênio a.C.
Similarmente, o receio do Faraó de que os israelitas pudessem se aliar com invasores estrangeiros parece improvável no contexto do fim do segundo milênio a.C., quando a região de Canaã era parte do império egípcio, e o Egito não enfrentava inimigos naquela direção, mas faz sentido no contexto do primeiro milênio a.C., quando o Egito era consideravelmente mais fraco e enfrentou uma primeira invasão do Império Aquemênida e posteriormente do Império Selêucida.
A menção do dromedário em Êxodo 9:3 também sugere uma data posterior de composição – a domesticação difundida do camelo como animal de rebanho é pensada a não ter acontecido antes do fim do fim do segundo milênio a.C., depois que os israelitas já tinham surgido em Canaã, e os camelos não tinham sido difundidos no Egito até cerca de 200–100 a.C.
A Cronologia dos eventos
Da mesma maneira, a cronologia da história do Êxodo sublinha a sua natureza essencialmente religiosa em vez da histórica. O número sete era sagrado à Deus no Judaísmo, e assim que os israelitas chegaram na Península do Sinai, onde eles encontraram Deus, no começo da sétima semana após sua saída do Egito; enquanto na construção do Tabernáculo, que é a morada de Deus entre o seu povo, ocorre 2666 anos depois de Deus criar o mundo, dois terços do tempo através de uma Era de quatro mil anos, que culmina em torno da re-dedicação do segundo templo em 164 a.C.
A Rota de Fuga
O Pentateuco cita os lugares onde os israelitas descansaram. Poucos nomes do começo do itinerário, incluindo Ramesses, Pithom e Sucote, são razoavelmente bem identificados dentro dos sítios arqueológicos, na borda oriental do delta do Nilo, assim como Cades-Barnéa, onde os israelitas passaram 38 anos após voltarem de Canaã [Episódos dos 12 espiões], mas dos outros lugares muito pouco é certo.